terça-feira, 9 de julho de 2013

Medo? A coragem que habita em mim é maior!


Medo. Foi o que me levou a retroceder, a fugir. Não que esse fosse meu desejo, eu queria seguir em frente, queria continuar a lutar, mas deixei as circunstâncias falarem mais alto. Acabei dominado por um misto de insegurança, receio e medo.
 
 

Nada havia sido fácil até ali, sempre tiveram as dificuldades, os problemas, as batalhas. Normal como na vida de qualquer outro homem. Eu era totalmente suscetível as paixões humanas, eu não estava isento a isso. Pelo contrário, as fraquezas, as tentações, a vontade de desistir, isso tudo batia na minha porta diariamente. Porém era nisso que eu me fortalecia, eu cria que havia algo maior me esperando lá na frente. E assim eu me fortalecia, obtinha uma armadura e enfrentava tudo e todos que eram contra aquilo que eu cria e me impulsionava a seguir em frente. Lutei bastante, batalhei incansavelmente. Só que chegou um momento em que ficou tudo mais pesado, mais denso e difícil de suportar. E toda aquela coragem, que não fluía de mim, mas que estava em mim, desapareceu. Foi como se eu tivesse fechado meus olhos e quando os abri de volta só enxergasse a derrota. Por mais que eu tentasse, só via o lado ruim da situação. Comecei a temer o que poderia acontecer comigo. Não estava mais ousando defender tudo o que eu acreditara um dia. Nesse momento o que eu queria era só sumir. Sim, desaparecer. Essa era a única solução que eu conseguia imaginar possível. Desaparecer e deixar todos os problemas, dores e lutas para trás. E assim eu fiz, fugi. Nessa fuga desenfreada (de mim mesmo, principalmente) o medo me consumia e abria um enorme buraco em meu peito. Mesmo sabendo que estava errado, que o certo era enfrentar o medo e as circunstâncias, eu continuava a caminhar para o mais longe possível. Percorri um longo caminho até encontrar uma árvore, onde pude descansar a sua sombra. Sentei-me e devido ao cansaço logo adormeci. Sobreveio-me um sonho, imagens e vozes que pareciam tão reais, me diziam pra não desistir, pra continuar a lutar. Foi tão real e eu achei que havia acendido aquele fogo de coragem novamente em mim, mas o medo estava tão enraizado e escuro que apagou qualquer fagulha remanescida que houvesse.
Continuei a fugir, consumido por algo que eu já não sabia mais o que era ou de onde viria. E a cada milha caminhada eu mergulhava cada vez mais num abismo e adentrava mais e mais numa caverna fria e escura. Dentro dessa caverna eu podia sentir a coragem e a vontade de lutar numa batalha épica contra o medo e a vontade de desistir.  Uma batalha como aquelas entre o bem e o mal acontecia dentro de mim, nos meus pensamentos, no meu coração. Cheguei ao final da caverna, era tão gelado e escuro lá. O medo era totalmente nítido, e eu podia até ouvi-lo gritando aos quatro ventos que havia acabado para mim. E é verdade, havia terminado a minha jornada, a minha vida. Eu já tinha desistido e não havia ninguém que podia me salvar, primeiramente de mim mesmo, ou me tirar daquele lugar sombrio e escuro. Era esse meu pensamento, era isso que eu sentia no final das contas. Alimentei tanto o medo que ele cresceu e me dominou. Pra mim era o final de tudo. Vagamente me lembrava dos tempos em que, mesmo em meio a dificuldades, situações adversas, eu pelo menos tentava lutar e não me entregava diante das circunstâncias. Mas isso não fazia mais diferença, era o fim. Resolvi apenas esperar à hora derradeira chegar e aquietei-me. E foi nesse momento, em que eu decidi silenciar-me, que tudo começou a mudar. De repente comecei a ouvir uma voz muito suave, mas com uma autoridade incrível! Num primeiro momento me assustei e não entendia muito bem o que aquela voz dizia. Pensei até em resistir, tapar os ouvidos àquela voz.
Mas a cada vez que ela ressoava na caverna o escuro perdia espaço e uma luz irradiava e crescia dentro de mim. Era como se aquela velha coragem que eu havia aposentando começasse a voltar. Eu estava confuso, o medo ainda gritava, mas aquela voz, suave e soberana, me levava pouco a pouco pra fora, até que cheguei à entrada da caverna. Vi a luz do sol, meu olhos doíam um pouco, mas era bom sentir o sol dilatando minhas pupilas e o calor em minha pele. Ali, na entrada da caverna, eu pude entender o que aquela voz dizia. E ver de quem procedia. Era ELE o tempo todo que me dizia: “Vem, a caminhada é longa, mas EU sou contigo!”
 
 

Foi ai que eu percebi e entendi que as lutas não são fáceis e as batalhas sempre vão existir, mas não podemos recuar diante das circunstâncias nem retroceder no na nossa caminhada, pois maior é o que habita em nós, maior é a coragem que Ele deposita em nós. Somos capazes de enfrentar o mundo, não por nós, mas por Ele que habita em nós!
 
por Pedro Fleury

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